Mas indo ao ponto: qual a relação entre a Supernanny e as empresas? Nas empresas temos famílias precisando de ajuda com seus filhos aprontando o tempo, problemas de relacionamento, brigas e afins? Sim temos tudo isso, e ainda, a resistência à mudança, tão natural do homem, mas neste caso específico, a família acreditar que precisa mudar, mas não fazer nada para isso. Já falamos deste tema neste blog ("E nós precisamos mudar...").
No programa citado a família, com três crianças, identificou que precisava de uma mão profissional, para lidar com seus filhos. A ajuda veio, mas ao longo do tempo, a profissional (Supernanny) foi percebendo que os pais não faziam o que era combinado. Na frente das câmeras, concordavam e por trás, faziam tudo ao contrário. A profissional conversou com os pais, várias vezes, principalmente a mãe, na vã busca de um entendimento e comprometimento por parte deles. O tempo passou e os problemas continuaram, até que a profissional resolveu parar o seu trabalho.
Praticamente, temos metáforas aqui. Analogias, caso queiram, com o mundo corporativo. Os pais chamam a profissional com a visão que os problemas são somente os filhos. Pode ser, mas muitas vezes os pais também têm problemas, e acabam por projetar isso nos filhos. Vira uma bola de neve. Já no mundo perfeito das corporações, os gestores chamam uma consultoria, por exemplo, ou mesmo um grupo interno para resolver problemas e, acreditam que os problemas estão na sua equipe. Mas estão neles mesmos, e quando são envolvidos ou chamados a participarem e a mudarem, entram em parafuso, e começam a fazer resistência e, aí a coisa não anda. Todo mundo concorda nas reuniões, isso quando elas são produtivas, mas quando saem da sala, tudo é feito de forma invertida. E olhe, isso já é uma evolução, por que normalmente, não se faz nada.
Dois pontos importantes que foram uma lição, neste citado episódio:
- Confiança - a profissional colocou que o trabalho dela tem fundamentos, e ela tem uma grande experiência. Mas ela precisa de uma relação de confiança no trabalho dela, caso contrário, não dá frutos. Como ela não tinha esta relação de confiança por parte dos pais, parou o seu trabalho. Como a busca eterna pelo sovaco de cobra, não vai dar em nada, já que ele não existe, não se pode confiar desconfiando. Aqui é 8 ou 80, não 8,0001 ou 79,99, este caso não é difuso (conceito de inteligência artificial que admite valores entre verdadeiro e falso, como um talvez por exemplo)
- Acreditar na mudança - este foi outro ponto tocado. Os pais não acreditavam na mudança, e veja que ela já tinha começado a sutir efeito nas crianças. Nada é fácil, o que vem fácil vai fácil, fiz um ditado popular. Não adianta dizer eu preciso mudar, mas não fazer nada, ou ser resistente ou mesmo, buscar soluções rápidas e superficiais. Além disso, cabe colocar que não se pode abrir mão dos métodos e ferramentas a serem aplicadas na solução de um problema
Em outra organização, muito se discutia sobre mudanças, sobre projetos, e as idéias eram colocadas na mesa. A direção concordava, mas ao passar pela porta da sala, elas eram apagadas de sua mentes, ou seja, nada acontecia. e isso gerou problemas profissionais, com alguns envolvidos que realmente queriam trabalhar.
A resistência à mudanças é perfeitamente natural para nós, mas não querer mudar, não agir, ficar somente no discurso, é um problema.
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