Uma indústria de grande porte, que trabalha durante 24 horas por dia, 7 dias na semana e os 365 dias do ano e, muitos de seus colaboradores, do alto escalão, se entristecem por saber que o ano só tem 365 dias, poderia ter mais, pensam eles.
O ambiente é de total pressão, stress, um verdadeiro moedor de mentes e de carne, com gestores extremamente ignorantes, no sentido de maltratar seus funcionários, xingar, fazer pressão psicológia, enfim, assédio moral é o que melhor define a relação naquele ambiente. Mas, sempre tem alguém que vê uma oportunidade em tudo isso, já falamos sobre a oportunidade neste blog, e esta é um exemplo, mesmo que negativo.
Bem, um colaborador da área de sistemas, que desenvolvia sistemas com a finalidade de atender os clientes finais desta empresa, sendo bancos alguns deles, enrolava o tempo todo, durante o horário de trabalho comercial e tudo isso para depois fazer hora extra, ganhar dinheiro e ponto. Mas somando-se o horário de trabalho comercial mais as horas extras, muitas vezes, o trabalho não era tão produtivo, o que era para ser feito em 24 horas (8 horas em 3 dias), seria feito em 48 horas, mas com 12, 16 horas de trabalho. Além disso, ele fazia tudo isso com requintes de certa crueldade: sempre levava alguém da equipe junto, para ficar fazendo horas extras com ele, sem necessidade, mas esta era a estratégia para que conseguisse ganhar dinheiro e enrolar o dia todo.
Tinha uma comunicação perfeita, do ponto de vista negativo, pois saia falando para tudo e para todos, que haviam problemas a serem resolvidos, estava tudo lascado (para não escrever outra coisa) e todos compravam as suas idéias e comunicados. Até o gerente.
Outra estratégia, maldosa por sinal, era a seguinte: ele mostrava o código do programa que estava desenvolvendo, para outro da equipe ou, pedia para que fizesse uma análise ou mesmo complementasse, já que ele iria fazer outra atividade do "projeto". Esta vítima não tinha nada com este "projeto", estava em outro, mas este indivíduo passava toda a responsabilidade para este desavisado, que passava a receber as cobranças pelos resultados, erros e entrega do sistema. E ele? Só coordenando, cobrando o pobre desavisado. Isso durou cerca de 3 anos, mas um dia o gerente acordou, percebeu, e o demitiu. Incrível, ele acordou!
Neste ambiente, não havia, não existe, e não existirá planejamento, projeto, análise, NADA, absolutamente nada. Metodologias para eles, nenhuma funciona, mas nunca usuram. Quem tentou colocar projetos naquela empresa, foi demitido porque desagradou os que dizem que tudo é possível em 1 dia, o comercial. Estamos falando de sistemas validadores de dados e de certa forma complexos. O cliente define o prazo, e o gerente aceita e, depois coloca a equipe para virar noites e noites, com pressão, com descaso, em um ambiente de terror psicológico total.
Temos no mercado de tudo um pouco: colaboradores que enrolam, outros que trabalham. Temos empresas boas e empresas ruins.
O que entristesse é que eles não aprendem nada com estas situações, e atender o imediatismo de seus clientes, com ações imediatistas, continua sendo o método deles. Este método é o TEM QUE. Tem que sair, tem que dar certo, tem que ser rápido, tem que ser com qualidade, tem que ser em um dia, tem que não ter análise, tem que não ter planejamento...
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