Devido a, que é uma forma não aconselhável na norma culta, mas sim em face de ouvimos das empresas o seguinte:
- Má administração da diretoria, que já foi demitida, nossa empresa entrará em um novo momento, passando por uma reestruturação
- Problemas da empresa, onde precisamos trocar o sistema, para que o novo possa suportar a nova operação
- Estamos perdendo mercado e desta forma, precisamos reagir
- Precisamos mudar, para podemos acompanhar o nosso mercado, para assim atender melhor às necessidades de nossos clientes
- Nossos clientes estão exigindo certificação ISO. Precisamos implementar
- Estamos perdendo capital humano, que é importante para nossa organização, desta forma precisamos criar estratégias para retê-los ou mesmo, atrair novos talentos
- Perdemos 50% de nosso faturamento
- Etc, etc, etc
A frase que se segue é a seguinte: “e nós precisamos mudar...”. Sim, em todos os casos acima, reais e do dia a dia, alguns mais brandos e outros mais sérios há necessidade de mudar a forma com o negócio é conduzido. Seja com o pessoal interno, seja com pessoal externo (consultores e afins) ou ambos, há necessidade que se faça alguma coisa, nem que seja deixar o barco afundar, o que não é salutar para ninguém.
Mas não basta simplesmente dizer “e nós precisamos mudar...” sem que nenhuma ação seja feita, sem que planos sejam traçados (planejamento e plano de negócio), deixar simplesmente que se viva o dia a dia, com ações isoladas. E isso é o que mais se vê em algumas empresas, se diz querer mudar, mas não faz nada de efetivo para que isso e não deixa que ninguém o faça. Este ninguém pode ser:
- Gestores que desejam mudar suas ações, colocando idéias e ações para mudar a empresa. Mas não têm apoio algum do alto escalão
- Colaboradores que desejam ajudar a empresa a sair do abismo, mas não são apoiados por seus gestores ou mesmo pela alta direção
- Alguém coloca idéias, métodos, ferramentas, enfim, mostra uma luz, mas nada sai do papel, por falta de apoio ou vontade
- Consultores tentam resolver os problemas, mas viram meros expectadores do desastre eminente. Por falta de apoio. E ainda recebem por isso
- Contratam uma pessoa ou pessoas para tentar salvar a empresa, mas estes ficam com as mãos atadas, já que não podem tomar decisões ou mesmo não são ouvidos. É ilógico, mas tem muitas empresas que fazem isso
São inúmeras variáveis a serem consideradas, bem como a necessidade de uma análise profunda, mas neste tipo de contexto, nada é linear. Só que alguma coisa precisa ser feita.
De qualquer forma a experiência diz o seguinte:
- Falta vontade real de mudar, porque isso tira as pessoas da sua zona de conforto
- Falta conhecimento
- Falta método (forma de fazer as coisas, disciplina, ciclos)
- Falta planejamento
- Acredita-se que as ações têm que ser rápidas, e desta forma, tomam-se decisões isoladas e imediatistas, que tendem a piorar o caos
- Falta visão sistêmica, para muitos. Pois decisões erradas ou certas, vão influenciar positivamente ou negativamente. Na maioria ainda, é negativa, aumentando os problemas ainda mais
- Sugere que as pessoas não querem resolver problemas1. E isso eu não quero acreditar, não quero mesmo! Mas, às vezes, fico na dúvida. Kurzweil cita isso em “a era das máquinas espirituais”
- Falta comprometimento, que é diferente de envolvimento! Todo mundo está envolvido na semana da segurança do trabalho. Mas quem está realmente comprometido, para que esta dê os resultados esperados e atinja a sua proposta?
- Acaba-se por desmotivar quem realmente quer que mudanças ocorram. Alguns colaboradores querem que a empresa melhore e tenha sucesso. Mas isso não é linear, vai depender muito de como eram tratados estes colaboradores, quantas mudanças a empresa ensaiou e não fez, e em todas estas vezes, se os colaboradores foram chamados para darem apoio e vestirem a camisa, e nada aconteceu. E isso só vem a dificultar de forma exponencial, ações de um gestor (a) de mudanças, caso a empresa tenha uma ou venha a contratar
Tudo isso posto, quando se identifica a necessidade de mudança em uma empresa, há necessidade de se tomar ações, como planejar, conhecer seus problemas reais, se utilizar de métodos e ferramentas (mapeamento de processos, análise SWOT etc), ter um plano de negócios definido (com objetivos e metas mensuráveis, onde queremos chegar?), ter colaboradores motivados e comprometidos (não envolvidos simplesmente) etc.
Mais importante ainda é: vontade REAL de mudar. Não se pode dar remédio para o doente que não quer ser curado.
[1] KURZWEIL, Ray. A era das máquinas espirituais. São Paulo: Editora Aleph, 2007. 509 p.
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