terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Educação II

Eu não sei como escrever este post. Vivemos em um globo praticamente TODO capitalista, onde esta porcaria de dinheiro está envolvido em praticamente tudo que se faz na vida. Dia destes estava assistindo uma série de nome Terra Nova, onde um grupo de pessoas estava iniciando uma voda nova, bons milhares de anos, em meio a dinossauros e etc. Ficção à parte, um dos erros deles foi mais uma vez criar uma porra de moeda, deveriam partir para o escambo ou qualquer outra coisa, menos isso! Bem misturas perigosas à parte, vamos ao assunto: no final do ano de 2011 o grupo Anhanguera demitiu 680 professores, informação esta que está publicada em inúmeros canais na internet. Estes professores têm titulação, ou seja, são mestres e doutores.

Realmente, titulação pode melhorar ou não uma aula. Mas o país precisa destes mestres e doutores, precisamos de pesquisadores, com metodologia, com conhecimento científico e, ao mesmo tempo, para criação de novos conhecimentos. Ou alguém acredita que a descoberta de novos tratamentos para doenças, novos remédios para cura desta ou aquela enfermidade, criação de novos conhecimentos para a medicina, administração, estatística, física enfim, para todas as áreas vem de pesquisas no google? Não, vai muito, MAS muito além disso. Além de aulas estes profissionais podem e devem ser usados na pesquisa.

Qualquer país, ele só cresce calcado na educação. Temos inúmeras deficiências em nossa cadeia educacional, partindo no nível fundamental e ecoando no ensino superior.

Formar um mestre e um doutor custa dinheiro (mais uma vez ele aí!!), mas também custa tempo de estudos, dedicação, muita pesquisa séria, muitas vezes custa a saúde da pessoa (pelo stress das pressões, prazos, escrita de artigos etc), custa o casamento pela falta de tempo para o conjuge (tem gente que quer que você seja mestre ou doutor, desde que não haja esforço das partes envolvidas), cobrança da família (nunca está presente, ou "só estuda") entre outras coisas.

Mas quem não faz, não sabe a dificuldade!

Sempre digo que se mercantilizar..f.d... Não sou a favor de ensino privado, da mesma forma que não sou a favor da saúde particular ou de pesquisas para medicamentos para curas ou tratamentos de certas doenças. O capital sempre vai falar mais alto. Claro que, estatizando, o Estado precisa oferecer um serviço de qualidade. 

De volta ao ponto, educação particular é oferecido por instituições privadas, que na realidade são empresas. Empresas querem um custo menor, o que não é errado, mas há limites para estes casos. Quanto mais lucro melhor, com custo menor e menos gente trabalhando. E se o cliente (aluno) reclamar ,o funcionário é chamado para esclarecimentos ou é demitido (no caso o professor).

Isso mostra como vai nossa educação. Estudar para que? Se não estuda, não trabalha por que não tem qualificação. Se estuda, tem qualificação, mas ganha mal, é demitido ou nem trabalho tem porque você é um custo alto.

Precisamos mudar esta cultura, ou então entrega esta vasta terra para os EUA, China ou quem quiser.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Histórias de todos dos dias em "A educação"

Ao que se lê, o mercado está comprador (como diz o jargão de negócios), em termos de contratações de profissionais. Há um grande número de vagas sobrando, porque alguns setores alegam que não há mão de obra, como por exemplo, a Construção Civil e a área de Tecnologia da Informação, só para citar alguns exemplos. Motivos? Segundo estas fontes a falta de mão de obra está relacionada com a falta de qualificação dos profissionais, algumas profissões simplesmente perderam muita gente, como é o caso do pedreiros, telhadistas, padeiros entre outros. Profissões simples, cujos profissionais foram ao longo das épocas mal tratados e colocados de, certa forma, à margem do mercado. Hoje eles são procurados e são bem remunerados.

Nas profissões mais técnicas como a Engenharia e a Tecnologia da Informação também se observa a falta de profissionais qualificados, já que as empresas estão buscando mas não acham. Mais uma vez jogam a culpa na falta de qualificação. Mas tem gente se formando em engenharia e ao mesmo tempo tem gente se formando na área de TI, inclusive em cursos de mestrado. Tem muito engenheiro que foi marginalizado há algum tempo, porque o mercado sinalizou que haviam muitos e com a baixa demanda e grande oferta, os salários foram achatados e os profissionais foram jogados para escanteio. Agora falta gente?

A área de Tecnologia da Informação é uma ciência, com suas fantásticas ramificações (banco de dados, inteligência artificial, desenvolvimento de sistemas, metologias, games entre outros) tem grande poder para se alinhar ao negócio de uma empresa (precisamos que a empresa veja isso também), mas por muitos anos seus profissionais foram, em parte, tratados como tímidos, introvertidos, anti-sociais entre outras coisas, menos profissionais! Quebrou um cano, é culpa da TI; choveu é culpa da TI; a TI não viu isso ou não viu aquilo.  Agora sentem a falta de profissionais. Muitos estão abandonando a área, porque não aguentam mais este tipo de relação, falta de respeito, falta de valorização, a pressão por resultados absurdos, prazos apertadíssimos entre outras coisas.

Falta de qualificação tem relação com a educação. Temos sérios problemas educacionais neste país, começando pela base que é o ensino fundamental e médio, mas ao mesmo tempo falta a cultura da educação no país. O professor não é babá de ninguém e a escola não é depósito de criança. A educação que faz com bons profissionais sim, mas com apoio da família (sempre!), do governo e da sociedade como um todo.

Tem muita gente se formando, seja no nível técnico ou superior, gente boa. E temos o contrário disso também, onde temos crianças e adolescentes saindo das escolas sem saber ler e escrever, porque o governo quer passar todo mundo para dizer que somos uma país alfabetizado e, por outro lado a família não acompanha o desenvolvimento do filho e, não cobra isso do governo. Hoje, se o professor manda recado para os pais, eles podem ir até à escola (quando vão), mas é para agredir o professor. Falta base em muitas famílias e não pense que é somente nas classes mais baixas.

As empresas, e ainda existem exceções graças à Deus, não valorizam a educação, mas jogam a culpa que falta qualificação (a qualificação vem de onde mesmo?). Mais uma das muletas corporativas para problemas que, muitas vezes, elas mesmo criaram.