quarta-feira, 31 de março de 2010

Reflexões de um profissional - interessante!!

Iniciei minha vida profissional como um ajudante de produção. Roupa suja, pelo trabalho pesado, mãos calejadas, por ter que tirar rebardas do produtos que saiam das injetoras. Descarregar caminhão correndo, era outra atividade, porque em São Paulo tudo é corrido e qualquer parada fora de lugar, impacta no transito de São Paulo todo. Óia, podia até almoçar em casa, ir "de a pé", como diziam os outros. Mas eu tinha que estudar e um dia saí da empresa. Estudar é bom, "seu moço"...

Com muito sacrifício estudei, gosto disso, mas as vezes tudo isso parece ser ruim. Com muita dificuldade fiz faculdade, aliás, depois de um tempo, fiz até pós graduação. Na minha graduação, a bandeira lançadas pelos professores, e pela proposta do curso, era que o profissional precisa sempre estar atualizado, seja, através de cursos, leitura de livros, e hoje, pela internet. "Bão mesmo", e até hoje o besta faz isso, ficou no sangue.

Apesar de todo estudo, e com esta pregação na cabeça, muitas vezes fiquei desempregado, e passei muita dificuldade para encontrar trabalho. Eles pregam, "seu moço", que precisamos viver atualizados, antenados, enfim, arrumar espaço nas 24 horas do dia e dos 7 dias da semana, para fazer tudo isso, e ainda, veja que regalia: cuidar da família, ter um tempo para você, ter diversão, descansar. "Óia" que maravilha!

Mesmo com todo este conhecimento, que acredito que eu tenho, e por seguir certinho a cartilha que o mercado prega e os professores pregaram, me deparei e me deparo, com as seguintes situações:

  1. A moça da empresa que liga para oferecer uma vaga, isso quando liga, pede 3 anos de experiência em dados conhecimentos (processos e conhecimentos que não se faz todos os dias, como implantar um ERP de grande porte. Só se sua vida é de consultor e vive fazendo isso). Não resolve você estudar a academia SAP ou Oracle, mas e a querida experiência? Xi, "seu moço", lá se foi a oportunidade
  2. Pedem inglês. Você pode ter todos os outros 1.567 requisitos, mas faltou o inglês? Perdi mais uma vaga
  3. Você é da área de tecnologia? Sim, todo animado. Conhece a legislação da área de energia elétrica? Não?!? É requisito obrigatório... TI x área de energia elétrica, tudo bem relacionado (até parece
  4. M A R A V I L H A, a vaga serviu! Mas lá a moça perguntar se eu tenho empresa aberta, pois a contratação é via pessoa jurídica, e o valor por hora é de 20 reais. Bom, vou continuar a mandar currículos
  5. O horário de trabalho é das 8 horas as 19 horas, sem extra
  6. Tem que conhecer negócio, para assim poder transformar as requisições em sistemas. Mas o legal de tudo isso, é que as áreas que você vai conhecer, nunca vão te dar oportunidade de trabalho, se você desejar mudar para alguma delas. Engraçado, que foi você que definiu como ela deveria funcionar
  7. Saber se comunicar, saber se relacionar, saber ser político, saber tratar as pessoas, saber ser falso e finalmente, não saber quem você é mais
É meu amigo, tem tudo isso e muito mais. Leituras de livros e mais livros, da área e de áreas relacionadas. Tudo muda muito rápido e você tem que estar lá, sabendo da mudança. Lançam algo na semana passada e você tem que ter 5 anos de experiência. Caso contrário, a fila anda, só não sei com quem.


É "seu moço", mesmo com todas estas dificuldades, cheguei a ser gestor. Olha que maravilha! Sou um vencedor, né? Lidar com outras pessoas, outro desafio grande e tentar fazer da vida delas, algo mais fácil, ao menos na empresa. Não permitir que elas passem pelo o que você passou. E muitas vezes, as pessoas ainda dizem que você não faz nada, já que virou gerente. Horas a fio de dedicação para a empresa e concorrente a isso, o fantasma da atualização constante continua a bater no seu ombro. Mas agora, soma-se a isso, a cobrança na família, da atenção para a esposa, para os filhos.

O equilíbrio entre sucesso profissional e felicidade ainda não fecha, não dá para mandar uma moléculas para lá e para cá. Já tem até pesquisa e livros nesta área. Viu, sei porque eu procuro me atualizar!

 Ahh, esta pergunta que o senhor me fez é pertinente mesmo! Por que eu faço tudo isso, não poderia ser mais tranquilo? Depende do profissional, eu quero ver as coisas darem certo na organização que eu estou ou nas que passei. Alguns, deixam o dia a dia passar se escondendo atrás de um grupo informal forte ou sei lá o que. Cada um é dono de sua carreira. Mas é isso "seu moço", a gente precisa:

  • Planejar
  • Fazer projetos
  • Gerir equipes
  • Trabalhar longas horas
  • Estudar sempre
  • Pensar
  • Ser estratégico
  • etc etc etc
 Ahh, porque eu, como todo este conhecimento estou falando como um cara da roça, ou seja, seu moço?

Porque quando eu era ajudante, tinha que fazer o meu trabalho, sem ter que pensar em tudo isso, profissionalmente, que expus acima. Realmente, eu fui feliz. Poderia ganhar muito menos, mas era feliz. Eu era livre...

Eu? Nem vou comentar nada sobre isso.

O desabafo de um profissional

A gerência de projetos não funciona neste país! eu não sei por que as empresas querem contratar um GP ou mesmo terem um PMO, se não querem seguir absolutamente nada, não tem método. Todas as coisas são feitas de qualquer jeito, e isso é pior aqui, por se tratar de uma empresa estrangeira. Lá fora, os americanos não querem problemas, e não são tão polivalentes como pregam ao mundo. Ainda existe o Taylorismo, ou seja, eu aperto um parafuso e é isso que faço (este é minha, não pude deixar de registrar).

Tenho um monte de projetos para gerir, sem recursos humanos, sem apoio de meus superiores, ninguém me apóia. Os stakeholders, todos eles, acabam por virar as costas e dizem que o problema é meu!

E o meu gestor, ainda diz que não estou trabalhando, não faço nada. Falar outro idioma com o inglês, só me trás mais problemas, pois o fuso do Brasil com outros países é diferente, e assim tenho que trabalhar mais.

Eu quero abandonar a carreira de gestor de projetos, isso não funciona. Tudo querem jogar para o GP, ele tem que resolver tudo! Até que enfim um companheiro, pensa a área de TI, pois ela normalmente é que tem que carregar tudo, claro, as culpas (Essa também é minha). Mas muitas vezes, o GP está ligado a área de TI. Ihhhh, mais culpa!

Ninguém faz planos, ninguém lê comunicados. ninguém lê e-mails, inclusive meu chefe, ninguém respeita o cronograma, o cliente não quer fazer nada (e olha que tem coisa que o projeto depende dele, é crítico). Fique tranquilo neste ponto. Se você comunicou por e-mail, está documentado, e ainda mais, caso tenha feito isso em reunião, colocando como o projeto iria funcionar, isso fica ainda mais sério. Muitas pessoas não lêem por falta de tempo, outras por pura preguiça mesmo ou por não estarem nem aí com o projeto. As duas últimas são muito frequentes e jogam a culpa no tempo.

Este é o desabafo de um profissional sério, sênior. Brigar com a área de gestão de projetos não resolve, mas o entendo. O problema está nas pessoas que muitas vezes não querem levar os trabalhos a sério, dentro das organizações. Hoje, tudo é para ontem, a pressa é inimiga da perfeição. Esta todo mundo assim??!! Maravilha, vamos fechar as faculdades, escolas, acabar com cursos de MBA, pois se vamos continuar assim, trabalhando de qualquer jeito, não precisamos estudar.

Foi muito difícil ouvir isso, apesar de saber que isso realmente existe, mas temos que fé que pode mudar. Só queremos trabalhar, mostrar que somos profissionais e fazer as organizações crescerem. Só isso.

Conheço gente que pediu para trabalhar certo, só cobrou isso, e foi demitido. Queria colocar em prática, pois foi contratado para isso.  Isso é fato!

Direto ao ponto : capital erótico

Este é o mais novo conjunto de conceitos e/ou características que envolvem a contratação de pessoas. Oriundo de uma pesquisa britânica, onde a beleza exterior da pessoa, seu corpo dentro dos padrões aceitos pela sociedade, ou seja, não obeso. Enfim, as empresas tendem a contratar pessoas que tenham um corpo e uma carinha bonita. No Brasil isso já existe faz muito tempo, e não quero que isso seja entendido como a indicação de um relaxo, ir a uma entrevista de bermuda ou trabalhar com qualquer roupa.

Mas acredito que o pessoal não tenha mais onde colocar filtro para as contratações, e ficam inventando outros filtros para o volume de candidatos.

As pessoas precisam trabalhar, têm família para sustentar, e se forem habilitados para o trabalho (formação, experiências e habiliadades), contrate-os. Aliás, o tão querido capitalismo de muitos, precisa destas pessoas no mercado.

Vamos deixar de FRESCURA!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Direto ao ponto: vai explorar lá em outra galáxia!!

Empresa precisa de um profissional para desenvolvimento utilizando a ferramenta java para ambiente WEB. Alguns dos conhecimentos exigidos são Struts 1 e 2, HTML e conhecimentos de J2ME entre outros. Valor da remuneração de 3 mil reais, e a pessoa deve ter empresa aberta.



Me desculpem, mas não dá para acreditar em um anúncio destes. Isso é exploração ou simples falta de conhecimento! Mas o anúncio é de uma empresa de software, então acredito mais na primeira opção. Ahhh, antes que alguém cogite, é para um profissional pleno.


Para uma oportunidade destas, e com o conhecimento exigido, no mínimo como PJ, R$ 6000,00. O que já não estaria no melhor dos mundos, mas algo mais imaginável.

Esta é a tecnologia do momento para desenvolvimento de sistemas, concorrente atual e direta para a ferramenta .NET da Microsoft. São profissionais extremamente valorizados no mercado (por quem sabe). Bem, mas cada um coloca o que quer no valor e vê, se alguém vai pescar.

Profissionais, valorizem-se!!

segunda-feira, 22 de março de 2010

Dilemas da área de tecnologia da informação

Muito se discute sobre a área de tecnologia da informação, ora com relação aos profissionais se são ou não qualificados, ora pelos para-quedistas que entram na área, ora por aqueles profissionais ou empresas que atuam nesta área e fazem ou prestam um mau serviço, o que acaba por derrubar os bons profissionais e etc etc.

Temos sim, alguns dilemas (argumento ou solução para situações igualmente difíceis), fatos e verdades da área:

  • Os profissionais de tecnologia da informação não são unidos. cada um acredita que conhece mais tecnologia que o outro. Isso dificulta uma regulamentação por exemplo. Não que ela vá resolver 100% dos problemas mais básicos da área
  • Muitas empresas ainda veem a TI como um custo desnecessário, deixando-a por último em seus processos e decisões, mas colocando-a em primeiro, quando o evento é culpar alguém por desmandos administrativos. Claro, há realmente situações em que o problema pode estar na TI, como por exemplo, maus profissionais
  • O profissional de TI tem que conhecer processos, negócios e muitos deles a fundo. Até é plausível este tipo de conhecimento, mas se o profissional desejar mudar de área, para por exemplo, ir para a logística, vão dizer que ele não tem vivência. Vale dizer que conhecer negócio é algo que agrega ao profissional de TI, facilita o seu dia a dia na implementação de programas/sistemas. Tudo tem que ter um equilíbrio
  • A área de tecnologia da informação é muito vasta, indo de redes a banco de dados, passando por sistemas operacionais, desenvolvimento de sistemas (inclusive WEB), inteligência artificial, segurança de dados etc. CADA UMA DELAS, pode e é tranquilamente, uma especilização no mínimo, se falarmos em formação. É muiito vasto. Ninguém é especialista em TUDO, o que se consegue ser é um clínico geral, generalista com alguns conhecimentos mais específicos de uma área ou mais de uma. TUDO ao mesmo tempo, não dá, é muito vasto. Por isso se divide a TI de uma empresa, em infra-estrutura (redes, servidores, segurança), desenvolvimento e help desk, por exemplo. E com profissionais para cada área. O que temos sim, é a interação desta equipe, ou seja, estes profissionais precisam trocar informações e conhecimentos internos à equipe, para que o trabalho caminho dentro de um sinergia
  • Hoje, alguns estão chamando a área de mercado de certificações. Exige-se muitas certificações em roteadores (CISCO), em gestão de projetos (PMI, que por si só é uma área extensa), em servidores Microsoft, em SQL SERVER, em Oracle, em um ERP específico e em todos os módulos (só por Deus...) etc. E o salário é 1.200,00. Além do salário, que é baixo, temos a questão do tempo para fazer tudo isso. E mais: se por acaso conseguir tudo isso, vai cair na peneira da experiência. Você tem quanto tempo de experiência nesta ferramenta? Nada? Que pena, preciso de alguém certificado com experiência. VEJA BEM, MAS MUITO BEM MESMO: eu não quero colocar que sou contra a atualização profissional. As coisas mudam, e mudam rápido, mas deve haver um equilíbrio. Pedir por pedir não resolve e, além disso, tem empresa que pede mas ela não tem 1/4 em sua estrutura do que está pedindo. Corre o risco de perder um bom profissional por isso
  • Falta uso de metodologias. Ora por parte dos profissionais, ora por parte das empresas, que querem as coisas muito rapidamente, no estilo, 3 minutos e está pronto
  • O planejamento ainda é muito deficiente. E depois vem o retrabalho, mais perda de tempo. Que poderia ter sido evitada em boa parte, por um bom planejamento. Não resolve o contador chegar e começa a falar : preciso de um sistema que controle débito e crédito - e neste mesmo momento um programador já está digitando o código no Eclipse ou na IDE do Delphi, ou em Clipper (via NE, tem gente que ainda usa, não adianta torcer o nariz) ou em .NET, só para exemplificar. Tem que planejar, levantar requisitos, trazer o usuário para participar do projeto, pois quem vai trabalhar com o sistema é ele e quem conhece o seu dia a dia é ele. Caso contrário vamos ter o famoso:
  • Independente da empresa dar valor ou não para a tecnologia da informação, os profissionais desta área devem agir com ética, com profissionalismo, fazendo e desempenhando o seu papel no dia a dia, afinal a empresa os paga para isso. Bem ou mal. Se for mal, conversas deverão existir para melhorar os salários e posição da TI junto à empresa. Isso deve partir do gestor. Se não sutir efeito, devem procurar outra organização ou trabalharem por conta própria. Cada um de nós é dono de nossa carreira, não podemos colocá-la na mão de terceiros
  • A valorização começa em cada um dos profissionais da área, e isso vale, para os profissionais de outras áreas de conhecimento e atuação
  • Fazer um MBA? Uma especialização? Um mestrado ? Ajuda? Não existe recieta para isso, e nem resposta absoluta. O que há é ponderação. Cursos de pós graduação são bem vindos, mas o ideal é que sejam efetuadas após 3 anos de experiência na área de atuação, após a graduação. Isso ajudará o profissional a aproveitar melhor o curso e sair com uma formação sólida. Fazer após terminar a graduação é perda de tempo e dinheiro. Mestrado fica aconselhável para quem deseja investor na pesquisa e docência em nível superior. O mercado brasileiro de empresas, ainda absorve este tipo de profissional de forma mínima
  • A área recebe muitos profissionais originados de outras áreas, como engenharia e administração. Uma regulamentação poderia resolver isso, mas tenha em mente que já existem profissionais com esta formação na área e, que são bons profisisonais. E a entrada ou não destes, mesmo com regulamentação, vai depender dos critérios de formação que ela terá. Não vejo grandes mudanças nisso
  • Tecnologia da informação, doa a quem doer (e isso é para as empresas) é um mal necessário. Abro um aspas aqui, isso no pensamento deles e não meu. Se uma empresa quer estar sempre à frente no seu mercado, ele precisa da TI, como uma DAS formas de conseguir isso. Precisa enxergar a TI como estratégica, alinhando-a ao seu planejamento estratégico, colocando-a como um departamento importante em suas decisões e ações. Não mero desenvolvedor de soluções. E a TI por seu lado, precisa agarrar isso com mãos de ferro, aproveitando a oportunidade de trabalhar corretamente, apoiando a organização nas suas decisões e objetivos. VEJA BEM, é uma via de mão DUPLA, de trocas, nunca um contrato leonino (somente uma das partes é que manda e desmanda). E, aliado a tudo isso, a inovação, o uso de métodos, a visão sistêmica, o planejamento, uma boa gestão de pessoas enfim, é que vão fazer a sinergia para que a organização chegue ao topo do seu mercado, ou ao menos, dê muito trabalho aos seus concorrentes.

Direto ao ponto: E ainda tem empresa assim...

Um anúncio de uma empresa de grande porte, que não convém citar nome, coloca um anúncio para buscar um profissional. Até este ponto, uma coisa natural. Mas um dado critério do anúncio chama a atenção: até 30 anos de idade!!

Então, podemos concluir que:

  • Acima desta idade ele não precisa comer mais?
  • Que os filhos dele não precisam se alimentar?
  • Que ele ou ela, não precisa se divertir?
  • Que ele não precisa mais trabalhar em sua vida?
  • Que não pode mais fazer um financiamento?
Aliando a isso, temos outros critérios, que juntos formam o seguinte:

  • Se for homem, não pode trabalhar próximo aos 18 anos porque vai, suportamente, para o exército;
  • Com menos que 20 não tem experiência e nem formação
  • Entre 21 e 30, tem um pouco de experiência e já estudou. Mas ainda é júnior, sendo assim, não é contratado(a)
  • Acima dos 30 anos até 39, tem vivências, mas já está velho. Sendo assim, não é contratado(a)
  • Acima dos 39 anos, vai morrer a qualquer momento! Desta forma, não será contratado(a)
Parece brincadeira, mas se vê isso no mercado. Claro há empresas fora destes critérios.

GENTE, todo mundo tem que ter seu lugar ao sol!!

quinta-feira, 18 de março de 2010

Direto ao ponto: planejamento e projeto

Quando se deixa de planejar, o dia a dia fica mais complexo e sem visão do seu fim. O trabalho não rende e, aliás, o que mais se faz são retrabalhos. Esta é a base para projeto, onde as atividades são criadas e devem ser seguidas pelos envolvidos, sob controle de um gestor. Claro, isso não é linear, problemas podem ocorrer, isso é normal. Mas está sob um ou mais olhares controladores e há previsibilidade.

Na falta destes o que temos é o seguinte resultado, exposto pela figura [1]:


Ou por esta imagem [2]:




[1] Wikipedia; enviado por um amigo
[2] Disponível em http://www.cabrunco.com.br/2008/12/como-isso.html, acesso em 17/03/2010

A relação entre empresas e a Supernanny. Tem, e muito!

Em seu último programa no dia 13 de março de 2010, a Cris Poli (Supernanny), se retirou da casa da família. Uma ação inédita até o momento. Só abrindo um comentário, já que não tenho a menor pretensão de fazer publicidade da rede A ou B ou do programa X ou Y. Particularmente é um programa interessante e que tem fundamento.

Mas indo ao ponto: qual a relação entre a Supernanny e as empresas? Nas empresas temos famílias precisando de ajuda com seus filhos aprontando o tempo, problemas de relacionamento, brigas e afins? Sim temos tudo isso, e ainda, a resistência à mudança, tão natural do homem, mas neste caso específico, a família acreditar que precisa mudar, mas não fazer nada para isso. Já falamos deste tema neste blog ("E nós precisamos mudar...").

No programa citado a família, com três crianças, identificou que precisava de uma mão profissional, para lidar com seus filhos. A ajuda veio, mas ao longo do tempo, a profissional (Supernanny) foi percebendo que os pais não faziam o que era combinado. Na frente das câmeras, concordavam e por trás, faziam tudo ao contrário. A profissional conversou com os pais, várias vezes, principalmente a mãe, na vã busca de um entendimento e comprometimento por parte deles. O tempo passou e os problemas continuaram, até que a profissional resolveu parar o seu trabalho.

Praticamente, temos metáforas aqui. Analogias, caso queiram, com o mundo corporativo. Os pais chamam a profissional com a visão que os problemas são somente os filhos. Pode ser, mas muitas vezes os pais também têm problemas, e acabam por projetar isso nos filhos. Vira uma bola de neve. Já no mundo perfeito das corporações, os gestores chamam uma consultoria, por exemplo, ou mesmo um grupo interno para resolver problemas e, acreditam que os problemas estão na sua equipe. Mas estão neles mesmos, e quando são envolvidos ou chamados a participarem e a mudarem, entram em parafuso, e começam a fazer resistência e, aí a coisa não anda. Todo mundo concorda nas reuniões, isso quando elas são produtivas, mas quando saem da sala, tudo é feito de forma invertida. E olhe, isso já é uma evolução, por que normalmente, não se faz nada.

Dois pontos importantes que foram uma lição, neste citado episódio:

  1. Confiança - a profissional colocou que o trabalho dela tem fundamentos, e ela tem uma grande experiência. Mas ela precisa de uma relação de confiança no trabalho dela, caso contrário, não dá frutos. Como ela não tinha esta relação de confiança por parte dos pais, parou o seu trabalho. Como a busca eterna pelo sovaco de cobra, não vai dar em nada, já que ele não existe, não se pode confiar desconfiando. Aqui é 8 ou 80, não 8,0001 ou 79,99, este caso não é difuso (conceito de inteligência artificial que admite valores entre verdadeiro e falso, como um talvez por exemplo)
  2. Acreditar na mudança - este foi outro ponto tocado. Os pais não acreditavam na mudança, e veja que ela já tinha começado a sutir efeito nas crianças. Nada é fácil, o que vem fácil vai fácil, fiz um ditado popular. Não adianta dizer eu preciso mudar, mas não fazer nada, ou ser resistente ou mesmo, buscar soluções rápidas e superficiais. Além disso, cabe colocar que não se pode abrir mão dos métodos e ferramentas a serem aplicadas na solução de um problema
 Ao longo de minha vivência, já tive oportunidades de presenciar este tipo de ação, em diversas organizações ou mesmo, através dos amigos. Certa vez uma equipe inteira foi chamada para um café especial, onde o gerente (especialista em assédio moral e outras coisas), falou que ele iria mudar, da importância da equipe, passou filmes (motivação), se desculpou com a equipe e que daquele momento em diante, seria outra pessoa. na semana seguinte, lá estava o cro-magnon com uma clava na mão. O evento foi válido, este é um caminho, mas que precisa ser perpetuado e cheio de vontade e não média.

Em outra organização, muito se discutia sobre mudanças, sobre projetos, e as idéias eram colocadas na mesa. A direção concordava, mas ao passar pela porta da sala, elas eram apagadas de sua mentes, ou seja, nada acontecia. e isso gerou problemas profissionais, com alguns envolvidos que realmente queriam trabalhar.

A resistência à mudanças é perfeitamente natural para nós, mas não querer mudar, não agir, ficar somente no discurso, é um problema.

terça-feira, 16 de março de 2010

Qualificação profissional. Xiiiii, isso vai longe

Conversa entre duas amebas. Ooops, mas estes são seres superiores em relação à realidade que será colocada aqui! Talvez seja melhor: conversa entre duas coisas que emitem som:

- Faturou? - diz um dos seres
- Sim, legal,eehhhhhhh - responde o outro, ambos com postura irônica

Imagine esta conversa real, entre dois irresponsáveis, quando um sistema de gestão implantado sem método algum (nem comunicação), consegue concretizar o primeiro faturamento sem problemas. Isso faz um tempo, mas aconteceu.

O que isso tem haver com qualificação ou falta de profissionais? Com qualificação tem uma relação, mas que é anterior a qualquer formação ou mesmo, que seja agregada à ela: postura profissional. Isso falta muito, já falamos neste blog sobre o assunto. Eu já estive na posição de contratante e entrevistador e sei do que estou falando. 

Tem gente que :

  1. Em reunião, leva o notebook para ficar batendo papo no MSN. E acha que está certo e abafando. Por que não foi demitido(a)? Porque tem empresa onde a alta hierarquia permite e protege, por amizades
  2. Vai trabalhar, no setor de TI, como se estovesse indo a uma festa ou seja, sem roupa social adequada. O ambiente da corporação em questão pedia isso
  3. Mal sabe escrever e redigir um e-mail
  4. Não respeita hierarquia
  5. Não tem o menor conhecimento sobre negócios. E pior ainda, não vai procurar aprender
  6. O negócio é ser chefe e mandar e PONTO. Sendo que muitas vezes, nem serviu ainda. Ser um líder idiota e sem técnica é muito fácil. O problema é ser um líder com técnica, que realmente saiba conduzir sua equipe
  7. Tem dificuldades para trabalhar em equipe
  8. Tem dificuldade para ouvir, e não é caso de otorrino
  9. Profissionais com falta de educação gratuita, ou seja, se acham os mestres da TI
Esta semana começou um tema no site apinfo (www.apinfo.com), e tenho acompanhado as discussões, que estão mais voltadas às exigências x salários. Com certeza tem empresa abusando com relação a pagar salários baixos e exigir um super profissional, mas tem profissional que deveria ser banido da área, pois é ruim demais, cheio de lacunas a serem preenchidas.

Não posso ser injusto ou hipócrita a ponta de defender ferrenhamente somente o lado dos profissionais. Há empresas boas, como há profissionais bons, mas não dá para deixar passar coisas do tipo, cuja fonte é o site www.apinfo.com:

  • "Diferente de muitos que só procuram emprego, eu também contrato profissionais de TI e posso garantir que muitas vezes, mesmo oferecendo um bom salário CLT, não é fácil encontrar alguém que seja adequado, tanto do ponto de vista técnico quando do comportamental"
  • "O RH não avalia apenas questões técnicas. Na empresa onde trabalho, pelo menos, o RH verifica os requisitos mínimos e faz a avaliação comportamental dos candidatos que, se passarem, são encaminhados para posterior entrevista técnica. O que acontece é que alguns profissionais não conseguem aceitar o fato de que são inadequados e pensam que foram eliminados de processos seletivos porque o profissional de RH não soube identificar suas qualificações, entretanto, a grande maioria é eliminada por questões comportamentais, às vezes muito graves. E nenhuma de nossas avaliações é tendenciosa ou pessoal, e sim, embasadas em testes e provas respaldadas cientificamente. Cabe aos profissionais aceitarem suas limitações pessoais."
  • "Na minha opinião (profissional de RH), o que faltam são pessoas qualificadas e com postura profissional adequada. Entrevisto candidatos que chegam atrasados, mal vestidos e até mal educados. Não basta ter experiência e certificados, as pessoas tem que aprender a se portar e ser mais humildes. Comigo, candidato que não sabe se portar adequadamente, por mais qualificado que seja, não passa."
Tenho que sair em defesa destas pessoas. Eu já passei por isso como selecionar para minha área de tecnologia. Gente mal vestida, gente que não conseguia escrever em um teste, gente mal educada, atrasados e com completa falta de postura. O profissional para mim, bem como para o resto da empresa, deve ser sério, deve ter postura, deve se adequar às regras da empresa. E se adequar as regras da empresa, não é baixar a cabeça e aceitar tudo, mas ser ativo, saber ouvir, saber discutir e colocar suas idéias, saber trabalhar em equipe, saber trabalhar abaixo de uma hierarquia e ao mesmo tempo, sabendo respeitar aqueles que estão abaixo dele nesta.

Infelizmente muita gente de tecnologia tem certos problemas comportamentais, e isso não é uma crítica destrutiva, mas um aviso para que procurem melhorar nas suas relações no dia a dia. Nem sói de bits e bytes vive o mundo e ainda não estamos no BYTECENTRISMO, como muitos querem.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Há muitas vagas mas, faltam profissionais qualificados em TI: será?

Tema de alta complexidade e com um número de variáveis impactantes. Estive em um fórum de projetos em 2008, onde foi apresentada um déficit de 70.000 profissionais de tecnologia da informação (TI), isso frente as demandas de mercado. Dizem que falta qualificação, palavra esta que muitas vezes vejo como "um sujieto" em quem colocar a culpa do desemprego ou mesmo para evitar dizer que não quero contratar e vou espremer meu quadro atual para tirar a última gota de trabalho deles. Em algumas áreas, pode até ser que faltam pessoas qualificadas, e o bem da verdade, tem muita gente que não consegue preencher uma ficha de emprego, não consegue se expressar, tem preguiça de ler entre outras coisas. Mas isso é mais básico, e vem bem antes de uma qualificação ou requalificação profissional.

Mas focando no tema, temos duas grandes linhas na área de tecnologia da informação:

  1. Os próprios profissionais, que muitas vezes se acham Deus por seus conhecimentos atualizados ou elitizados, segundo a visão deles. Falta na área de TI uma regulamentação ou, no mínimo, mais união dos profissionais de tecnologia. Esta é uma área estratégica para uma organização, mesmo que muitas não a vejam como. Muitos profissionais de outras áreas como engenharia e administração vêm atuar em TI, aumentando ainda mais a competição por oportunidades de trabalho e em muitos casos, aceitando salários baixos e sem nenhuma habilidade para atuar na área
  2. As empresas, que não sabem o que querem e, em muitos casos, pela falta de valor que vão a real importância da área dentro de seus negócios. 
Somando estas duas linhas, este bolo tem os seguintes ingredientes

  1. Profissionais, cuja base em TI, é deficiente
  2. Salários baixos
  3. Nível de exigência para uma contratação alto, por exemplo: certificações em servidores e bancos de dados, linguagens de programação Java, .NET, VB, Clipper, Delphi, análise de sistema estrutura e orientada a objetos, conhecimento profundo em servidores, ITIL, conhecimento e certificação PMI em projetos, liderança, curso superior, desejável uma pós-graduação, inglês. Vínculo PJ (empresa Ltda) e valor de 2000,00. Projeto por 3 meses. Parece brincadeira, mas este anúncio existe, talvez não fiel a este exemplo, mas próximo ou maior
  4. Falta de conhecimento por parte do pessoal de RH, para fazer a seleção deste tipo de profissional
  5. Empresas pedem certificação do profissional, mas ela mesma nem processos de negócio tem
  6. Os profissionais de TI precisam de união. A regulamentação vem sendo discutida há anos, mas não sai do papel
  7. O profissional de TI nasce e morre ao longo de sua carreira, ou seja, ele tem 3 anos de experiência em uma dada linguagem ou tecnologia, que pode estar em desuso, mas começou a trabalhar em outra. O seu tempo de experiência começa a ser contado a partir desta mais atual. Absurdo, pois conhecimento não pode ser jogado fora. Uma vez com lógica de programação, esta será utilizada em qualquer outra linguagem, além também de outras habilidades que foram adquiridas ao longo do tempo, como maturidade e conhecimento de negócio
  8. Terceirizar a área de TI da empresa? Isso pdoe ser feito, mas NUNCA pode-se utilizar um caso de sucesso de uma empresa X em outra Y. Mais uma vez cabe planejamento para isso. TI pode não ser o foco do negócio da empresa, sendo ela automobilística, mas é a atividade meio para tal, portanto tercerize com cuidado. Terceirizar para reduzir custos simplesmente, pode elevá-los, pois a empresa pode perder conhecimento de negócio que nem sempre são absorvidos pela prestadora de serviços
O nível de exigência para se trabalhar em TI está alto, se tomarmos a base muitos anúncios que vemos por aí, muitos deles absourdos. E se você tem estes conhecimentos necessários, tem certificações, aí vão pedir a experiência de 3 anos. Caso não tenha, a fila anda.

Eu atuo há muito tempo em TI, mas sempre aliada ao negócio. Tenho 18 anos de experiência na área, já até chegando a docência no ensino superior. Não vou jogar no lixo minha experiência, minha vivência, só por que tem muita empresa que está perdidinha da Silva, e que não conseguem filtrar o número de CVs que chegam para as oportunidades que elas anunciam e, a partir disso, começam a colocar filtros absurdos para tentar filtrar os candidatos.

Tenho muito o que ofecer para as empresas, ainda por muito tempo, seja em TI ou seja na área administrativa. Nem que seja por empresa própria.

Temos sim, muita gente boa no mercado com 5 anos e com 30 anos de experiência, que muitas vezes são sub-utilizados e mal remunerados. Temos também, muitas empresas que dão o devido valor a área de tecnologia, bem como para as outras áreas do negócio, pois sabem que todas são importantes e todas precisam estar bem, para assim a saúde a empresa ir bem sempre.

Mas temos também empresas que contrataram consultorias, e estas para pagar menos e serem competitivas para seus clientes, acabaram por perder um projeto inteiro de anos, por falta de uso de método e conhecimento de sua jovem equipe. Isso ocorreu em uma instituição financeira, é fato. Portanto, um lado (empresa) e o outro (profissionais) tem culpa no cartório.

Equilíbrio ,como sempre.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Histórias de todos os dias: metas x planejamento x clima organizacional

Esta é uma empresa que trabalha orientada a dois “objetivos”:

  1. As vendas devem ser maiores que as do mês anterior
  2. O faturamento do departamento técnico tem que ser maior que o do mês anterior

Nada é feito para que isto seja alcançado, somente cobranças grossas, como se os funcionários fossem escravos.

O clima da empresa não é dos melhores, pois os funcionários trabalham sob a supervisão de pessoas que tem um relacionamento com seus colaboradores pior que gato e rato. Conservou já está de olho, isto quando, algum puxa-saco, não está de olho de outro departamento. O salário não é dos melhores, as pessoas já trabalham desmotivadas. Muitos estão lá há anos, mesmo com o salário baixo e com poucos benefícios, mas nada fazem pois têm medo do desemprego.E salário nem sempre o um item motivacional absoluto.

Encarregados ignorantes que só sabem gritar, que só sabem chamar a atenção, que só sabem cobrar de forma desmedida, sem dar condições etc.

Se um dos dois “objetivos” não é atingido, logo serão providenciadas as demissões. Começam as especulações sobre as demissões. O clima piora, pois todos estão com medo da demissão, e logo o fato é consumado.


Em ambos os fatos, percebe-se que a falta de planejamento e análise das conseqüências, acaba por trazer não só problemas de clima organizacional, como também prejuízos para toda a empresa. Além de ser um fato desmotivador.

História de todos os dias: clima organizacional e transparência

Uma empresa tinha muitos problemas de mudança radical no seu clima organizacional. É uma empresa de porte médio, mas que infelizmente não planeja nada, toma medidas sempre de modo imediatista, sem analisar as consequencias para ela e para os funcionários.

Se o mercado de uma hora para outra dá sinais de grande consumo de seus produtos, logo tratavam e tratam de contratar pessoal, e aos montes. Não analisam até que ponto esta demanda vai durar, e o que a está gerando.

Não que eu seja contra uma empresa contratar e que os funcionários que estejam lá trabalhem com afinco. O que sou contra é a contratação de um certo número de pessoas, para daqui 3 ou 4 meses (muitas vezes, até menos) serem demitidos, pois o mercado desaqueceu.

Na linha de produção o clima normalmente era excelente! Foi difícil ver uma empresa em que o pessoal se relacionava tão bem, e esta tinha este lado. Tirando os incompetentes, claro.
De uma hora para outra, alguém espalhava que haveriam muitas demissões. Olha a RP aí gente!! (Rádio pião). Os líderes logo corriam para reunir as equipes, para tentar acalmar, desmentir os boatos. Não estavam tão errados, pois muitas vezes os cortes eram solicitados rapidamente e nem os líderes tinham conhecimento de tal fato.Mas sim, precisavam ser mais transparentes.

Todos ficam apreensivos. Aquele clima de relacionamento pessoal excelente se transformava em um clima de silêncio, de medo. Quem seriam os demitidos? Estaria eu no meio? Após alguns dias, o fato se consumia. Várias pessoas da produção eram demitidas,  pois o mercado estava desaquecido. E os líderes? Acabavam por perder a confiança de seus subordinados.

O problema, é que o gerente de RH,  pedia aos supervisores que cortassem por exemplo, 50 pessoas de seu departamento. Isto ocorreu realmente, a lista foi pedida as 8 da manhã e as 9 horas da manhã do mesmo dia tinha que estar pronta! Foi a única vez na minha vida que vi um sincero desespero do supervisor, que tinha que ser muito frio e escolher a esmo quem ele iria demitir, a sua personalidade era contra este tipo de ação.

Gente é o maior ativo de uma organziação. Ele é complexo, mas necessário. E isso é bom!

Transparência nas relações

Hoje e sempre, e ainda deve durar mais um tempo, as pessoas normalmente não são elas mesmas nas empresas. Tirando a questão do papel de cada um, nas diversas áreas da vida, como diz a psicologia, as pessoas criam máscaras, engolem sentimentos e tornam as relações dentro de uma organização, falsas, hipócritas e há casos, em que algum o fazem por medo de perder o trabalho, mas isso não as retira do risco de terem problemas psicólogicos, de identidade ou psiquiátricos. Vamos focar um pouco, nas relações inter-pessoais nas organizações. Em vários níveis, desde o office-boy até o presidente, há um medo, um cuidado em não ofender a outra parte, ainda mais se ela for imediatamente superior na hierarquia, ou esta, for membro da família controladora da mesma. Este cuidado se desenrola até no momento da fala, da comunicação, onde se toma o maior cuidado em como falar, qual o texto, não contrariar a parte, enfim, para não se queimar é a frase da moda.

Note bem, MAS MUITO BEM MESMO, aos apressados e inferentes modernos, que não defendo a anarquia total, a falta de respeito ao próximo, o uso de palavras de baixo calão. Nada disso, absolutamente. Só defendo a TRANSPERÊNCIA nas relações, de ambos os lados. Ninguém vai deixar de ser líder ou ter sua liderança posta em cheque, se ouvir um colaborador, se debater profissionalmente, se aceitar. Um líder deve servir sua equipe, este é um líder moderno [1].

Se ouve ou se percebe nas empresas, algumas destas ações ou audições:

  • "Cuidado, ele é da família, não bata de frente". Sendo que o sujeito citado, está errado. Falar que ele está errado é bater de frente? Bom visão que tenho é ser profissional, no sentido de alertar que o caminho tomado não é aquele criado pelo sujeito. Mostra que você está preocupado com a empresa e ainda está ajudando a pessoa
  • "Lá no administrativo, demitiram 60 pessoas. Minha área está enxuta, mas preciso demitir ao menos um, para mostrar para eles, que não estou contra meus pares". É isso é real, aconteceu. Vamos alegrar os pares, pares estes que quase demitiram esta pessoa também
  • "A consultoria fez um monte de coisas erradas ou mesmo nem fez o que foi contratado. Mas não podemos falar isso diretamente. São contratados por alguém da alta direção. Temos que ser mais brandos". Quem é o cliente? Quem está pagando? Eu? Se fosse eles iriam trabalhar corretamente. Esta relação de troca, capital x serviços prestados não pode ser tratada de qualquer forma
  • "O gestor de minha área esta enganado. Não podemos deixar o projeto tomar este caminho". Não resolve falar isso para uma garrafa de cerveja no bar do Zé. Deve-se conversar com o gestor, de forma respeitosa, e mostrar os caminhos. Afinal ele e você e o resto do time, são uma equipe. Não são? Procure outro emprego, porque certas coisas, têm fundamentos e princípios
  • "Não, você não pode falar assim com ele. Ele é parente". E só por isso ele não erra?
 Não bata de frente, cuidado, obedece quem tem juízo, isso sim são coisas arcaicas. Ditam uma relação de autoritarismo e total falta de transparência nas relações (vide http://www.administradores.com.br/informe-se/informativo/o-mundo-corporativo-esta-doente-e-as-pessoas-nao-podem-mais-ser-elas-mesmas/27357/).

Vamos em defesa de um diálogo aberto, respeitoso, onde as partes envolvidas discutam as soluções. Afinal como já vimos, uma empresa é um grande sistema e se uma das partes vai mal, tudo acaba indo mal.

Fácil não é, porque existe a complexidade das pessoas, e muitas acreditam que estas regras negativas funcionam e devem ser assim aplicadas. Vivemos em um grande teatro corporativo, mas temos que tomar muito cuidado, pois ao chegar no camarim, podemos não refletir nossa imagem nele.

[1] HUNTER, James C. O monge e o executivo. A história sobre a essência da liderança. Rio de Janeiro: Sextante, 2004. 139p.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia internacional da mulher - parabéns!!

Sim, para os machistas de plantão, hoje é o dia internacional das mulheres, e que merecem nossa consideração, apreço, homenagens mil, já que elas têm uma jornada, não dupla, mas enésima;

  1. Trabalham fora de casa
  2. Algumas ainda estudam
  3. Cuidam da casa
  4. Cuidam dos filhos
  5. Cuidam do marido, se ele merecer. Caso contrário, acho que ele tem que ficar preocupado
  6. Representam hoje uma fatia considerável no aumento da renda familiar e na própria economia
Atividades estas diárias, aliadas ainda, apesar de já ter melhorado muito, à conquista de espaço no mercado de trabalho.

Parabéns a todas as mulheres deste mundo, e parabéns para a minha duas vezes: também é seu aniversário. 

sexta-feira, 5 de março de 2010

Gestão de projetos - desafio, além da disciplina, cultura : as pessoas

Em um ambiente de total falta de método, onde:

  1. Falta planejamento
  2. Falta projeto
  3. Não havia método e processo para desenvolvmento de sistemas
  4. Tudo tinha, e tem, que sair à base da força bruta, seja com horas extras, com equipe virando noites e noites
  5. Assédio moral é algo leve naquela organização, mais precisamente, naquele departamento
Um dia o gerente decidiu que iria utilizar a gestão de projetos, e delegou isso a um de seus colaboradores. Ohhhhhh, será? Bem - vamos aproveitar este momento de ação divina - pensou o colaborador. O processo de implantação da gestão de projetos, iniciou com um treinamento para a equipe, conceituando planejamento e projetos, bem como suas vantagens, técnicas e afins. Já no treinamento, que era efetuado antes do horário de trabalho, alguns começavam a dormir. Falta de respeito, porque as pessoas muitas vezes reclamam de falta de condições no trabalho e quando alguém busca uma melhora, eles começam a boicotar.

Voltando ao ponto, a implantação teve sua continuação com :

  1. Esforços para fazer planejamento. A equipe ainda estava na cultura do sair fazendo, sem olhar as necessidades, enfim, traçar um plano. E a pessoa de projetos, precisava saber o que era preciso para cada projeto, pois atividades precisam ser descobertas, com seus tempos e recursos necessários
  2. Criação dos cronogramas, com base no planejamento, que ainda era deficiente, pois a equipe estava resistente. Reclamava da falta de análise, mas quando teve a oportunidade, a deixaram de lado
  3. Acompanhamento do cronograma. Junto a equipe, o que é atividade comum da gestão de projetos, mas eles não queriam, eram resistentes. Quem ficou com o cargo de implantar a gestão de projetos, estava fazendo tudo certo, mas não tinha poder para chamar a equipe à responsabilidade. Quem deveria ter deixado isso claro, era o gerente da área. E não o fez, só pediu para implantar, mas depois o deixou de lado. Faltou apoio
 Foram dias difíceis, de forma que eles queriam resultados rápidos, com a metodologia funcionando perfeitamente, desde que eles não precisassem ser envolvidos. Chegou, várias vezes, ao seguinte:

  • Dado um projeto, em conversa com um dos recursos humanos, ele disse que não seia possível fazer um conjunto de atividades, com menos de 10 dias. Sem problemas, foi justificado - pensou a pessoa de projetos - e levou o status dos projetos para o gerente da área. O gerente achou absurdo os 10 dias do projeto citado e, chamou o colaborador. Na frente do gerente, este disse que em uma virada de noite ele fazia tudo aquilo. Fez isso diversas vezes, e mesmo com a intervenção da pessoa de projetos, questionando porquê ele havia dito uma coisa para ele, e para o gerente outra. Queria na verdade era ganhar hora extra!, essa é a realidade
 Disso tudo ficou uma lição, que não é regra, não quero pensar assim, pois acredito nas pessoas. tem gente que reclama, mas quando ter a oportunidade de melhora, não aceita, joga contra. Ficou ainda que, a equipe reclamava das horas extras, por trabalhar demais, sem tempo para suas vidas, mas quando tiveram a oportunidade, jogaram contra. Eles queriam eram receber as horas extras, mesmo sendo massacrados.

Outra história é com relação ao gerente de sistemas da área. Uma vez a pessoa de projetos foi proteger a equipe, dizendo que eles estavam trabalhando demais e por isso ele havia colocado uma determinada data, como feriado, que era, no cronograma. O gerente o xingou, o que não vale citar aqui e ainda perguntou se ele era a Madre Tereza. Mas pelo xingo, ele recebeu uma resposta, pedindo mais respeito. Xingá-lo, o levaria ao mesmo patamar dele: o esgoto.

Resumindo, o nosso amigo gestor de projetos, tinha vários projetos em sua carteira, mesmo com as dificuldades, estavam em dia e gerenciados. Um belo dia, a pressa e promessa de vendas bateu de frente com a gestão de projetos, onde desejavam que fosse desenvolvido um sistema. Não havia mão de obra disponível, pois estavam alocadas em outros projetos, todos prioridade (dois corpos não ocupam o mesmo espaço, isso ainda é válido). Foi proposta a parada de algum projeto para uso do recurso, ou seja, flexibilidade. Não foi aceito pelo comercial. A pessoa de projetos foi demitida, por deixar o processo muito burocrático!! (na visão do comercial)

Foi injusto. E até hoje o imediatismo impera naquele lugar.

    História de todos os dias: vai enrolar longe !!

    Uma indústria de grande porte, que trabalha durante 24 horas por dia, 7 dias na semana e os 365 dias do ano e, muitos de seus colaboradores, do alto escalão, se entristecem por saber que o ano só tem 365 dias, poderia ter mais, pensam eles.

    O ambiente é de total pressão, stress, um verdadeiro moedor de mentes e de carne, com gestores extremamente ignorantes, no sentido de maltratar seus funcionários, xingar, fazer pressão psicológia, enfim, assédio moral é o que melhor define a relação naquele ambiente. Mas, sempre tem alguém que vê uma oportunidade em tudo isso, já falamos sobre a oportunidade neste blog, e esta é um exemplo, mesmo que negativo.

    Bem, um colaborador da área de sistemas, que desenvolvia sistemas com a finalidade de atender os clientes finais desta empresa, sendo bancos alguns deles, enrolava o tempo todo, durante o horário de trabalho comercial e tudo isso para depois fazer hora extra, ganhar dinheiro e ponto. Mas somando-se o horário de trabalho comercial mais as horas extras, muitas vezes, o trabalho não era tão produtivo, o que era para  ser feito em 24 horas (8 horas em 3 dias), seria feito em 48 horas, mas com 12, 16 horas de trabalho. Além disso, ele fazia tudo isso com requintes de certa crueldade: sempre levava alguém da equipe junto, para ficar fazendo horas extras com ele, sem necessidade, mas esta era a estratégia para que conseguisse ganhar dinheiro e enrolar o dia todo.

    Tinha uma comunicação perfeita, do ponto de vista negativo, pois saia falando para tudo e para todos, que haviam problemas a serem resolvidos, estava tudo lascado (para não escrever outra coisa) e todos compravam as  suas idéias e comunicados. Até o gerente.

    Outra estratégia, maldosa por sinal, era a seguinte: ele mostrava o código do programa que estava desenvolvendo, para outro da equipe ou, pedia para que fizesse uma análise ou mesmo complementasse, já que ele iria fazer outra atividade do "projeto". Esta vítima não tinha nada com este "projeto", estava em outro, mas este indivíduo passava toda a responsabilidade para este desavisado, que passava a receber as cobranças pelos resultados, erros e entrega do sistema. E ele? Só coordenando, cobrando o pobre desavisado. Isso durou cerca de 3 anos, mas um dia o gerente acordou,  percebeu, e o demitiu. Incrível, ele acordou!

    Neste ambiente, não havia, não existe, e não existirá planejamento, projeto, análise, NADA, absolutamente nada. Metodologias para eles, nenhuma funciona, mas nunca usuram. Quem tentou colocar projetos naquela empresa, foi demitido porque desagradou os que dizem que tudo é possível em 1 dia, o comercial. Estamos falando de sistemas validadores de dados e de certa forma complexos. O cliente define o prazo, e o gerente aceita e, depois coloca a equipe para virar noites e noites, com pressão, com descaso, em um ambiente de terror psicológico total.

    Temos no mercado de tudo um pouco: colaboradores que enrolam, outros que trabalham. Temos empresas boas e empresas ruins.

    O que entristesse é que eles não aprendem nada com estas situações, e atender o imediatismo de seus clientes, com ações imediatistas, continua sendo o método deles. Este método é o TEM QUE. Tem que sair, tem que dar certo, tem que ser rápido, tem que ser com qualidade, tem que ser em um dia, tem que não ter análise, tem que não ter planejamento...

    quinta-feira, 4 de março de 2010

    Uso de métodos e ferramentas. Chega de dizer que não funciona


    Para praticamente tudo na vida, precisamos de algo que indica como fazer, indicar o caminho, com procedimentos claros, formas de se fazer e preferencialmente, que possa ser repetido quando necessário. Todo este conjunto de ações e afins, são criados para serem seguidos dentro de um determinado contexto de uso. Estamos falando dos métodos e das ferramentas. Conceituando método, a partir de várias fontes:

    1. Como fazer, é um conjunto de técnicas, que têm princípios básicos e devem ser seguidos e repetidos [1]
    2. Modo ordenado de proceder, prudência[2]

               A primeira definição é da engenharia de software e a segunda, de um dicionário. A primeira não se anula, mesmo fazendo parte da área de tecnologia, o conceito é válido e serve para qualquer área e aplicação. O método é sempre apoiado, ou deve ser, pelas ferramentas, que são os meios que propiciam que o método seja efetuado mais rapidamente, com qualidade, com controle, em um tempo de execução aceitável (dentro de cada contexto). Na área de informática, existem alguns aplicativos que fazem o trabalho de automatizar o método, são as chamadas ferramentas case. Na administração, por exemplo a financeira, tem-se o fluxo de caixa, o demonstrativo financeiro, o balanço como ferramentas de onde se pode conhecer a situação atual de uma empresa.

    São inúmeros os métodos e ferramentas disponíveis no mercado, para a maioria das áreas e, muitas vezes, método e ferramenta se fundem, sugerindo uma coisa única.

    Podemos citar:

    1. Temos a análise de sistemas, estruturada, que já tem seus bons anos de mercado, seja de Gane ou do Yourdon. Nesta, fluxogramas são utilizados como forma de documentar e definir um sistema. São feitos levantamentos do contexto, dos processos de uma organização (alvo do sistema ou processo) para, assim, desenvolver o sistema ou melhorar processos. Alguns a utilizam em partes ou mesmo de forma automática (alguns de seus métodos), como por exemplo, a criação da base de dados (nela são os depósitos de dados, com dicionário dos mesmos). Não se usa porque têm muitos diagramas, leva tempo para fazer e depois mantê-los;
    2. Temos a análise orientada a objetos, que já tem, no mínimo, seus 20 anos e até hoje é utilizada em partes por alguns, não entendida por muitos outros, mas plenamente presente em linguagens atuais como Java ©, Delphi ©,.net, Prolog entre outras. Além de símbolos gráficos, permite também levantar e documentar sistemas a serem desenvolvidos ou mesmo atualizados. O motivo da falta de uso, normalmente é a falta de tempo, de conhecimento pleno por parte das equipes (não todas), falta de vontade em aplicar técnicas;
    3. Gestão de projetos (seja PMI ©, Prince ©, OPM ou outra qualquer), cujo objetivo é colocar em prática, seguindo algumas regras estabelecidas por estas metodologias e/ou institutos, o uso de projetos nas empresas. Cada uma das citadas, têm em sua estrutura um conjunto de processos, procedimentos e técnicas para que sejam aplicados no dia a dia dos projetos, sejam eles organizacionais ou não. O PMI é o mais utilizado pelo mercado, mas ainda tem resistência, já que há necessidade de planejamento (o que para muitos é perda de tempo), disciplina por parte dos envolvidos (equipes, gestores, clientes etc), mas quem usa, sabe que dá resultado. Sou exemplo disso. Os motivos da falta de uso ou implementação com muitos problemas,é praticamente a mesma das outras acima, com a adição da falta de paciência para planejar, falta de comprometimento, a pressa por obter resultados mirabulantes, falta de conhecimento da metodologia entre outras coisas. Tem um volume considerável de empresas pedindo gestores e técnicos nesta área, mas na hora de implementar a banda toca de outra forma;
    4. Planejamento e controle de produção, ao que tange a técnicas de otimização da fábrica (layouts, máquinas, pessoal, matéria prima, tecnologia e afins), com o objetivo de obter uma produção com o menor número de desperdícios possíveis, um produto de qualidade, com custos baixos (competitivos em relação ao seu mercado/concorrentes). Para a indústria ou mesmo empresas que fazem algum tipo de transformação em seus produtos, por menores que sejam, este é um departamento e um conjunto de técnicas que possibilita à organização ou boa margem de lucros, desde que coloque em prática algumas das citadas técnicas/funções e tudo isso alinhado com os objetivos da organização e com atenção, às relações com os outros departamentos da empresa. Hoje e há muito tempo, os sistemas de informação estão preparados para servir este departamento com informações para o plano mestre de produção e assim, se for o caso, o trabalho com MRP II;
    5. O CRM (customer relashionship management), que possui estratégias para a fidelização (retenção) de clientes. Além de uma ferramenta para apoio aos métodos propostos por ela, pode alavancar as vendas das empresas, conhecendo as necessidades e tendências de consumo de seus clientes. Em suas quatro estratégias, ela prevê a identificação do cliente, a sua diferenciação (por potencial ou por faturamento), a interação e a personalização de produtos e/ou serviços. Está ligado aos departamentos de vendas e marketing, mas precisa de informações do financeiro, enfim, é apoiado por toda a organização. Seu uso, na maioria das vezes equivocado, é focado no aumento do número de clientes, ou seja, busca de mais clientes e não na fidelização dos mesmos. Não precisa andar muito para se ver hoje, facilmente, coisas do tipo “venha fazer um curso de inglês conosco e tenha 30% de desconto”, enquanto os alunos veteranos, não têm desconto algum. Os veteranos estão lá, sustentando o negócio, e o novo tende a ser algo passageiro, já que neste exemplo proposital, há uma rotatividade de alunos enorme;
    6. Obaaaa, agora é a reengenharia que veio para salvar as empresas, ditando que poderiam jogar fora 200 anos de conhecimento gerencial [3], é o momento rever processos, jogar tudo que se tinha até o momento fora e começar tudo de novo. “Só deixaram as pessoas de lado”, como Hammer mesmo se desculpou em meados de 2000. Mas não é este o alvo do texto e sim, o volume de demissões, reestruturação mal feitas, com pressa (mais uma vez ela presente), onde acreditavam que a reengenharia salvaria seu negócio. Algumas sobreviveram, outras, entraram rumo à entropia mais rápido ainda;
    7. Extreme Programming, o chamado XP, conjunto de técnicas, métodos, procedimentos que visam o desenvolvimento de sistemas de forma mais rápida que outras metodologias existentes na engenharia se software, de forma a entregar incrementos de programas em curto espaço de tempo e versões maiores a cada 30 dias. Prevê em seu método, a possibilidade de alterações durante o desenvolvimento, o usuário deve participar do processo de desenvolvimento, a equipe deve ser auto-organizada entre outras coisas. Muito em voga, o mercado está pedindo profissionais com este conhecimento, mas tem gente que deseja que o Extreme seja ainda mais rápido do que o proposto, de preferência perto de um salto quântico1 [4]
    8. Modelagem de dados, voltado para a área de tecnologia da informação, é um conjunto de métodos, cujo foco é criar um banco de dados com as informações importantes de uma organização. Ela inicia com o contexto, a empresa, a ser estudada. Depois descobre quais dados são importantes para armazenamento e futura consulta [atributos] e, de onde estes vêm [entidades]. Descobre quais as relações entre estes dados e finalmente o banco de dados tem sua estrutura definida e pode ser criado. O processo aqui foi resumido e escrito de forma a que todos entendam. Uma modelagem deficiente, tende a deixar o banco de dados sem integridade, lento, pesado, muitas vezes dificultando o desenvolvimento e alteração das aplicações para uma empresa. Dificulta ainda, que o sistema acompanhe as novas necessidades da organização. E não tem milagre, podem chamar consultorias, eles vão ter dificuldades na extração destes dados para, disponibilizá-los em outro sistema. Modelo de dados é a base de qualquer sistema. Começou errado, fica errado e termina errado. Porque não se aplica? Bem, não se pode dizer que não se aplica, mas fases ficam de fora do processo, muitas vezes o levantamento de dados e necessidades é deixado de lado, ou feito de forma ruim, mais uma vez pela pressa, pelo imediatismo
               Poderia passar o tempo todo aqui colocando outros métodos/ferramentas, como análise SWOT, balanced Scorecard, técnicas de gestão etc.

                Acredite ou não, para tudo nesta vida se precisa de método e de uma boa ferramenta, seja em que área for:
    1. Tente cozinhar feijão em uma panela comum. Vai sair, mas com um tempo muito maior, e um custo maior. A ferramenta panela de pressão é melhor. E deve existe método para colocar o feijão e a quantidade de água correta
    2. Furar uma parede com um prego (método), para colocar uma bucha, ao invês de usar uma furadeira e, claro, com broca apropriada para tal (ferramenta)
    3. Dar tranco para que o carro pegue (método), sendo ele um carro com injeção eletrônica. Pode pegar, mas o mecânico em breve ficará feliz
    4. Ficar listando a estrutura das tabelas de um banco de dados, ao invés, de tê-la em uma ferramenta Case apropriada
    5. Saber se uma empresa está bem financeiramente, sem dados, sem fluxo de caixa montado, sem balanço, demonstrativo e afins
    6. Etc
               A questão é a seguinte: temos um grande volume de ferramentas e métodos, mas que são sub-utilizados ou nem isso. Chega de falar que esta ou aquela não funciona, se nem ao menos conhece ou tentou utilizar. Muitos destes métodos, processos, demoram um certo tempo para serem absorvidos por uma organização. Isso quando a envolve como um todo. Há outros que são utilizados em algumas áreas, como TI ou administração, basta ter mais vontade e menos obsessão por resultado fácil. Métodos não são perfeitos, pois fomos nós que desenvolvemos, mas crie o seu, com sua equipe, usando os métodos já existentes como base. 

              Pegue o melhor de cada um, acrescente suas idéias nos pontos falhos e pronto. Criou-se um conjunto de melhores práticas, basta segui-las, ter disciplina para isso.

               Fácil, não é, mas alguém tem que começar. Chega de olhar o alvo, abaixar a cabeça e correr para pegar, como o bode faz. Se o alvo se mexer, ele passar direto.

    [1] PRESSMAN, Roger S. Engenharia de software. 6a ed. São Paulo: McGraw Hill, 2005. 720 p.
    [2] ROCHA, Ruth. Minidicionário da língua portuguesa. São Paulo: Editora Scipione, 2006. 831 p.
    [3] HAMMER, Michael; CHAMPY, James. Reengenharia revolucionando a empresa. 28ª ed. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1994. 197 p.
    [4] ARNTZ, William; CHASSE, Betsy; VICENTE, Mark. Quem somos nós?. Rio de Janeiro: Prestigio editorial, 2005. 276 p.
    1 Salto quântico está voltado aos elétrons. Neste, eles mudam de orbita, aos saltos, cada vez mais se distanciando do núcleo

    Frases

    "Quando você está trabalhando, você é o que faz. E quando está desempregado, é o que?"

    "Perca tempo planejando. Pensamento de alguns. E depois, ganhe um inferno astral por esta omissão."

    "Temos o micro-ondas, temos o controle remoto, temos a internet para pagar as contas, temos a máquina de lavar, o fast-food, enfim a tecnologia ao nosso serviço. E ainda tem muita gente sem tempo. Tem alguma coisa errada aí! "

    "Você tem limites, acredite ou não. Não resolve se comparar com outros, porque eles supostamente podem mais. Um dia o seu sistema nervoso vai desligar a chave e o deles também."

    quarta-feira, 3 de março de 2010

    E nós precisamos mudar...

           Devido a, que é uma forma não aconselhável na norma culta, mas sim em face de ouvimos das empresas o seguinte:

    • Má administração da diretoria, que já foi demitida, nossa empresa entrará em um novo momento, passando por uma reestruturação
    • Problemas da empresa, onde precisamos trocar o sistema, para que o novo possa suportar a nova operação
    • Estamos perdendo mercado e desta forma, precisamos reagir
    • Precisamos mudar, para podemos acompanhar o nosso mercado, para assim atender melhor às necessidades de nossos clientes
    • Nossos clientes estão exigindo certificação ISO. Precisamos implementar
    • Estamos perdendo capital humano, que é importante para nossa organização, desta forma precisamos criar estratégias para retê-los ou mesmo, atrair novos talentos
    • Perdemos 50% de nosso faturamento
    • Etc, etc, etc
    A frase que se segue é a seguinte: “e nós precisamos mudar...”. Sim, em todos os casos acima, reais e do dia a dia, alguns mais brandos e outros mais sérios há necessidade de mudar a forma com o negócio é conduzido. Seja com o pessoal interno, seja com pessoal externo (consultores e afins) ou ambos, há necessidade que se faça alguma coisa, nem que seja deixar o barco afundar, o que não é salutar para ninguém.

    Mas não basta simplesmente dizer “e nós precisamos mudar...” sem que nenhuma ação seja feita, sem que planos sejam traçados (planejamento e plano de negócio), deixar simplesmente que se viva o dia a dia, com ações isoladas. E isso é o que mais se vê em algumas empresas, se diz querer mudar, mas não faz nada de efetivo para que isso e não deixa que ninguém o faça. Este ninguém pode ser:

    1. Gestores que desejam mudar suas ações, colocando idéias e ações para mudar a empresa. Mas não têm apoio algum do alto escalão
    2. Colaboradores que desejam ajudar a empresa a sair do abismo, mas não são apoiados por seus gestores ou mesmo pela alta direção
    3. Alguém coloca idéias, métodos, ferramentas, enfim, mostra uma luz, mas nada sai do papel, por falta de apoio ou vontade
    4. Consultores tentam resolver os problemas, mas viram meros expectadores do desastre eminente. Por falta de apoio. E ainda recebem por isso
    5. Contratam uma pessoa ou pessoas para tentar salvar a empresa, mas estes ficam com as mãos atadas, já que não podem tomar decisões ou mesmo não são ouvidos. É ilógico, mas tem muitas empresas que fazem isso

    São inúmeras variáveis a serem consideradas, bem como a necessidade de uma análise profunda, mas neste tipo de contexto, nada é linear. Só que alguma coisa precisa ser feita.

    De qualquer forma a experiência diz o seguinte:

    1. Falta vontade real de mudar, porque isso tira as pessoas da sua zona de conforto
    2. Falta conhecimento
    3. Falta método (forma de fazer as coisas, disciplina, ciclos)
    4. Falta planejamento
    5. Acredita-se que as ações têm que ser rápidas, e desta forma, tomam-se decisões isoladas e imediatistas, que tendem a piorar o caos
    6. Falta visão sistêmica, para muitos. Pois decisões erradas ou certas, vão influenciar positivamente ou negativamente. Na maioria ainda, é negativa, aumentando os problemas ainda mais
    7. Sugere que as pessoas não querem resolver problemas1. E isso eu não quero acreditar, não quero mesmo! Mas, às vezes, fico na dúvida. Kurzweil cita isso em “a era das máquinas espirituais
    8. Falta comprometimento, que é diferente de envolvimento! Todo mundo está envolvido na semana da segurança do trabalho. Mas quem está realmente comprometido, para que esta dê os resultados esperados e atinja a sua proposta?
    9. Acaba-se por desmotivar quem realmente quer que mudanças ocorram. Alguns colaboradores querem que a empresa melhore e tenha sucesso. Mas isso não é linear, vai depender muito de como eram tratados estes colaboradores, quantas mudanças a empresa ensaiou e não fez, e em todas estas vezes, se os colaboradores foram chamados para darem apoio e vestirem a camisa, e nada aconteceu. E isso só vem a dificultar de forma exponencial, ações de um gestor (a) de mudanças, caso a empresa tenha uma ou venha a contratar
    Tudo isso posto, quando se identifica a necessidade de mudança em uma empresa, há necessidade de se tomar ações, como planejar, conhecer seus problemas reais, se utilizar de métodos e ferramentas (mapeamento de processos, análise SWOT etc), ter um plano de negócios definido (com objetivos e metas mensuráveis, onde queremos chegar?), ter colaboradores motivados e comprometidos (não envolvidos simplesmente) etc.

    Mais importante ainda é: vontade REAL de mudar. Não se pode dar remédio para o doente que não quer ser curado.

    [1] KURZWEIL, Ray. A era das máquinas espirituais. São Paulo: Editora Aleph, 2007. 509 p.