domingo, 11 de abril de 2010

A informação dentro de uma empresa e sua relação com os sistemas internos

Este texto foi publicado em outro blog, para um curso de pós graduação. Aqui, fiz algumas mudanças mínimas. Mas a autoria é minha.

      Aproveitando um tema discutido em um fórum do curso, em torno do um vídeo do youtube, que tem uma relação com o volume de informação gerada em demasia atualmente, sob uma forma exponencial. Este é um tema que tem muitas variáveis, relações, consequencias e causas. Mas no momento vou focar na questão dos sistemas de informação internos de uma organização.

     Há uma grande dificuldade em manter estes sistemas, o que não deveria ocorrer, se fossem desenvolvidos com metodologia, já estruturados de forma a prever um pouco o futuro da organização. Não se pode dizer que a culpa é unicamente da TI ou da empresa. Normalmente, cada um tem sua culpa no cartório.

Por estes sistemas internos e posso dizer até, externos (remotos), passam um grande volume de informações. Estão todos interligados, trocando dados diretamente entre bases de dados (o que é o ideal), mas também com utilização de arquivos textos ou xml, a estrutura mais moderna.

Os negócios crescem, mudam muito rapidamente, ainda por estarmos há anos na globalização. As empresas precisam estar preparadas para estas mudanças, para assim, poderem se manter em seus mercados, enfrentar a concorrência do mundo. Para isso elas precisam de informação, e esta para ser rápida, passa pelos sistemas informatizados.

Falta uma integração grande, para muitas empresas, entre a área de TI e as áreas estratégicas e/ou pessoas com o poder real de decisão. Do lado de sistemas, temos algumas variáveis, que permitem bem que um sistema tenha problemas no futuro, ainda mais quando falamos de adaptá-los às novas realidades de negócio:

1.    Falta de planejamento
2.    Falta de método ou do uso deste
3.    Bases de dados são contruídas sem uma análise de requisitos. Já tive a oportunidade infeliz de ver um ERP interno cuja tabela de nota fiscal tinha o cabeçalho da nota e os itens tudo junto. O ideal, só para quem não tem vivência, é termos o cabeçalho da nota (endereço, telefone, nome do cliente e afins) em uma tabela e os seus itens (produtos, quantidades e afins) em outra. Isso deixa a base de dados lenta e dificulta a manutenção do sistema
4.    Falta de conhecimento das estratégias da empresa. Por parte da TI ou mesmo por que a empresa não tem isso em mãos. Um plano de negócios
5.    Comprometimento da equipe, por vários motivos
6.    A TI é forçada a trabalhar no esquema, "tudo para ontem" e, ninguém ao menos levanta a bandeira para falar que isso vai gerar um grande problema para a empresa, e para a própria TI

Do lado da empresa, temos as seguintes variáveis, facilitadoras do caos:

1.    A empresa não sabe para onde deseja ir
2.    Se a economia vai bem, gasta dinheiro a rodo, claro, não com a TI
3.    Falta planejamento
4.    Falta visão sistêmica
5.    Falta projeto
6.    Falta comunicação interna
7.    Uso da metodologia, e a única, pois as outras são atropeladas por estas. A metodologia "TEM Q". Tem que sair, tem que fazer, tem que dar tempo, tem que funcionar etc
8.    Falta de apoio dos gestores envolvidos
9.    Faltam processos, isso mata qualquer sistema. Pode vir SAP, Oracle, que as consultorias só vão ganhar dinheiro, mas o sistema que é muito bom, vai parecer um motor de caminhão em um fusca

Tudo isso facilita para que um sistema, gerado e idealizado, neste ambiente de total descontrole e falta de método, tenha problemas futuros. Pois quando a empresa precisar realizar mudanças, e estas normalmente refletem no sistema, o desenvolvimento das mesmas por parte da TI, é mais demorada, isso quando o sistema não é condenado e ser totalmente reescrito. Quando um sistema é desenvolvido sem método, e isso não pode-se atribuir muitas vezes à TI, mas sim a pressa da empresa, ele é implantado em ambiente de produção (para uso efetivo), com os seguintes problemas:

1.    Sem testes satisfatórios
2.    Cheio de remendos
3.    Não existe documentação
4.    Dificulta a TI a contratar mão de obra para desenvolvimento de sistemas, pois esta pessoa precisa conhecer o negócio e entender o código para fazer as adaptações
5.    Cheio de condições e tratamentos desnecessários. E isso tem um custo para a execução do código
6.    E muitas vezes, não atende a empresa, que tem que fazer controles via planilha. Este é um indício: quando você acaba de implantar um sistema e os usuários estão usando planilhas em paralelo, algo está errado. Ou o sistema atende ou não atende, controle paralelos são indicíos que a empresa está se deteriorando

Esta é a forma que o sistema fica:

 

Isso mesmo cheio de retalhos, partes mal encaixadas, enfim um sistema problemático, que ao longo do tempo vai sendo alterado e carregando cada vez mais este tipo de problema. E os novos.

Mesmo integrado, um sistema mal construído fornece informações não confiáveis, deficitárias, demoradas, contraditórias e isso, ao longo do tempo acaba por jogar a credibilidade do sistema no lixo. Recuperar isso, demora, junto aos usuários.

O fluxo de informação de um sistema, deve ser e fluir conforme a macro estrutura de processos de uma empresa, como a sugerida abaixo (oriunda deste blog):



Além de permitir a visão do fluxo de informações, as relações entre elas, permite ainda um macro processo para ser usado em uma empresa industrial, por exemplo. Caso tenha dúvidas por onde começar a analisar o fluxo, o que não tem um ponto inicial, oriente-se pelo recebimento de material. É este tipo de trabalho que a empresa precisa mostrar para a TI e a TI seguí-lo, para assim chegarem a sinergia. Se não se sabe se um cliente pagou, como a empresa vai saber como está o fluxo de caixa dela e consequentemente, se ela pode fazer investimento, pagar a folha, comprar insumos para produzir etc.Por isso, a informação deve ser clara, disponível na quantidade certa e no momento certo.

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